Aluno: Benedito M. Fagundes
ESTUDOS
AFRO-BRASILEIROS
O
estudo
do
negro
brasileiro
envolve
muitos
temas
a
serem
explorados.
Existe
a
necessidade
de
conceituação
de
colonialismo,
neocolonialismo
e
imperialismo;
precisa-se
destacar
as
Conferências
de
Berlim
e
de
Bandung,
em
1885 e
1955 respectivamente,
importantes
à
história
africana;
os
processos
de
emancipação;
as
diferentes
lutas
pela
independência
etc.
Todos
esses
assuntos
precisam
ser
relacionados
com
suas
reais
conseqüências
para
o
mundo
e
em
especial
para
o
Brasil.
A
principal
etnia
trazida
para
o
Brasil
foi
a
dos
Bantos,
povo
que
durante
o
período
colonial
brasileiro
ocupava
a
maior
parte
do
continente
africano
situado
ao
sul
do
equador,
na
região
onde
hoje
está
localizado
o
Congo,
a
República
Democrática
do
Congo,
Angola
e
Moçambique,
entre
outros.
Assim
que
chegavam
ao
Brasil,
os
africanos
escravizados
eram
logo
submetidos
à
aculturação
portuguesa,
traduzida
principalmente
na
catequese
católica:
eram
batizados
e
recebiam
um
nome
“cristão”,
pelo
qual
seriam
conhecidos
a
partir
daquele
momento.
A
cultura
Afro-brasileira
está
presente
em
toda
a
nossa
trajetória
de
formação
de
nação.
O
Brasil
foi
o
país
que
mais
recebeu
escravos
africanos
e,
após
a
abolição,
a
luta
pelo
reconhecimento
na
sociedade
tem
sido
incessante.
Falar
em
uma
cultura
Afro-brasileira
implica
abordar
as
lutas
sociais,
a
miscigenação,
a
discriminação,
o
sincretismo
e
a
contribuição
cultural
de
um
modo
geral.
O
cuidado
para
não
generalizar
superficialmente
a
cultura
Afro-brasileira
deve
ser
constante.
Os
objetos,
a
língua
e
o
ritmo
musical
são
definidos
como
africanos,
não
através
de
uma
pesquisa
cuidadosa,
que
ainda
é
rara,
e
sim,
muitas
vezes,
por
uma
associação
superficial,
por
semelhança
ou
por
observação.
“Parecer
africano”
ou
“soar
como
africano”
é,
na
verdade,
o
que
torna
algo
“africano”.
Traços
fortes
da
cultura
africana
podem
ser
encontrados
hoje
em
variados
aspectos
da
cultura
brasileira,
como
a
música
popular,
a
religião,
a
culinária,
o
folcloree
as
festividades
populares.
Os
estados
do
Maranhão,
Pernambuco,
Alagoas,
Bahia,
Minas
Gerais,
Espiírito
Santo,
Rio
de
Janeiro,
São
Paulo
e
Rio
Grande
do
Sul
foram
os
mais
influenciados
pela
cultura
de
origem
africana,
tanto
pela
quantidade
de
escravos
recebidos
durante
a
época
do
tráfico
como
pela
migração
interna
dos
escravos
após
o
fim
do
ciclo
da
cana-de-açúcar
na
região
Nordeste.
De
maneira
geral,
tanto
na
época
colonial
como
durante
o
século
XIX
a
matriz
cultural
de
origem
europeia
foi
a
mais
valorizada
no
Brasil,
enquanto
que
as
manifestações
culturais
afro-brasileiras
foram
muitas
vezes
desprezadas,
desestimuladas
e
até
proibidas.
Assim,
as
religiões
afro-brasileiras
e
a
arte
marcial
da
capoeira
foram
frequentemente
perseguidas
pelas
autoridades.
Por
outro
lado,
algumas
manifestações
de
origem
folclórico,
como
as
congadas,
assim
como
expressões
musicais
como
o
lundu,
foram
toleradas
e
até
estimuladas.
A
partir
de
meados
do
século
XX,
as
expressões
culturais
afro-brasileiras
começaram
a
ser
gradualmente
mais
aceitas
e
admiradas
pelas
elites
brasileiras
como
expressões
artísticas
genuinamente
nacionais.
Nem
todas
as
manifestações
culturais
foram
aceitas
ao
mesmo
tempo.
O
samba
foi
uma
das
primeiras
expressões
da
cultura
afro-brasileira
a
ser
admirada
quando
ocupou
posição
de
destaque
na
música
popular,
no
início
do
século
XX.
O
interesse
pela
cultura
afro-brasileira
manifesta-se
pelos
muitos
estudos
nos
campos
da
sociologia,
antropologia,
etnologia,
música
e
linguística,
entre
outros,
centrados
na
expressão
e
evolução
histórica
da
cultura
afro-brasileira.
Os
negros
trazidos
da
África
como
escravos
geralmente
eram
imediatamente
batizados
e
obrigados
a
seguir
o
Catolicismo.
A
conversão
era
apenas
superficial
e
as
religiões
de
origem
africana
conseguiram
permanecer
através
de
prática
secreta
ou
o
sincretismo
com
o
catolicismo.
Algumas
religiões
afro-brasileiras
ainda
mantém
quase
que
totalmente
suas
raízes
africanas,
como
é
o
caso
do
Candomblé
e
do
Xangô
do
Nordeste;
outras
formaram-se
através
do
sincretismo
religioso,
como
o
Batuque,
o
Xambá
e
a
Umbanda.
Em
maior
ou
menor
grau,
as
religiões
afro-brasileiras
mostram
influências
do
Catolicismo
e
da
encataria
europeia,
assim
como
da
pajelança
ameríndia.
O
sincretismo
manifesta-se
igualmente
na
tradição
do
batismo
dos
filhos
e
o
casamento
na
Igreja
Católica,
mesmo
quando
os
fiéis
seguem
abertamente
uma
religião
afro-brasileira.
No
Brasil
colonial
os
negros
e
mulatos,
escravos
ou
forros,
muitas
vezes
associavam-se
em
irmandades
religiosas
católicas.
A
Irmandade
da
Boa
Morte
e
a
Irmandade
de
Nossa
Senhora
do
Rosário
dos
Homens
Pretos
foram
das
mais
importantes,
servindo
também
como
ligação
entre
o
catolicismo
e
as
religiões
afro-brasileiras.
A
própria
prática
do
catolicismo
tradicional
sofreu
influência
africana
no
culto
de
santos
de
origem
africana
como
São
Benedito,
Santo
Elesbão,
Santa
Efigênia
e
Santo
Antônio
de
Noto
(Santo
Antônio
do
Categeró
ou
Santo
Antônio
Etíope);
no
culto
preferencial
de
santos
facilmente
associados
com
os
orixás
africanos
como
São
Cosme
e
Damião,
São
Jorge
(Ogum
no
Rio
de
Janeiro),
Santa
Bárbara
(Iansã);
na
criação
de
novos
santos
populares
como
a
Escrava
Anastácia;
e
em
ladainhas,
rezas
e
festas
religiosas
(como
a
Lavagem
do
Bonfim
onde
as
escadarias
da
Igreja
de
Nosso
Senhor
do
Bonfim
em
Salvador,
Bahia
são
lavadas
com
água
de
cheiro
pelas
filhas-de-santo
do
candomblé).
As
igrejas
pentencostais
do
Brasil,
que
combatem
as
religiões
de
origem
africana,
na
realidade
têm
várias
influências
destas
como
se
nota
em
práticas
como
o
batismo
do
Espírito
Santo
e
crenças
como
a
de
incorporação
de
entidades
espirituais
(vistas
como
maléficas).
Enquanto
o
Catolicismo
nega
a
existência
de
orixás
e
guias,
as
igrejas
pentencostais
acreditam
na
sua
existência,
mas
como
demônios.
O
sincretismo
religioso
existente
na
umbanda
dá-se
devido
a
fatores
histórico-culturais
presentes
na
história
do
Brasil.
Durante
o
período
de
Brasil
Colônia,
os
índios
e
negros
mantidos
com
o
trabalho
escravo
eram
proibidos
de
expressar,
cultuar
ou
fazer
ritos
de
acordo
com
suas
próprias
crenças
religiosas
por
conta
dos
preconceitos
(e
medos)
dos
seus
senhores,
e
tinham
que
fingir
e
“aceitar”
a
imposição
da
religião
Católica,
pois
a
missão
Jesuíta
era
impor
isso
a
eles,
para
que
todas
as
impurezas
de
espírito
fossem
retiradas
dos
“não-civilizados”.
Muitos
deles,
ao
demonstrarem
essa
não-aceitação
ao
catolicismo,
acabavam
sendo
severamente
castigados.
Em
fim,
as
primeiras
décadas
depois
da
abolição
da
escravatura,em
1888, e
a
proclamação
da
República,
em
1889, foram
decisivas
para
o
futuro
da
população
negra
no
Brasil.
Nesse
sentido,
a
medida
foi
o
reconhecimento
legal
de
algo
que
já
existia
de
fato.
O que
significava
ser
livre
para
a
população
afrodescendente
em
diáspora
no
Brasil?
Ter
autodeterminação;
ser
dona
de
seu
próprio
destino.
Para
a
população
negra,
nesse
contexto
deveras
adverso,
ser
cidadão
significava
ter
direitos
iguais
e
não
ser
vista
como
inferior.
Porém,
diante
da
inclusão
marginal
e
das
práticas
de
discriminação
racial
e
tratamento
diferenciado
em
relação
à
população
branca,
a
cidadania
plena
continuava
sendo
um
sonho.
Para
transformá-lo
em
realidade,
um
grupo
das
“pessoas
de
cor”
logo
percebeu
que
era
necessário
unir-se
e
lutar
coletivamente,
por
meio
de
reivindicações
e
projetos,
pela
conquista
de
respeito,
dignidade,
reconhecimento,
empoderamento,
participação
política,
emprego,
educação,
terra,
etc.
Se a
Abolição
não
resolveu
muitas
das
necessidades
sociais,
políticas,
econômicas
e
culturais
do
negro,
ela
lhe
abriu
a
possibilidade
de
organizar-se
em
condições
diferentes
daquelas
da
escravidão,
com
graus
significativamente
diferentes
de
liberdade.
Segundo
as
estatísticas,
a
existência
de
um
preconceito
racial
contra
negros
e
mulatos
foi
constatada.
As
opiniões
variam
grandemente
da
tolerância
relativa
a
intolerância
relativa;
a
liberdade
de
atividades
e,
num
grau
menor,
a
de
comportamento,
são
relativamente
grandes;
as
normas
sociais
são
antes
diretivas
que
compulsórias.
A
igualdade
de
oportunidades
é
largamente
tolerada,
entretanto,
as
ligações
íntimas
com
pessoas
de
cor
não
são
vistas
com
bons
olhos.
Os
mulatos
sofrem
geralmente
menor
discriminação
que
os
negros,
mas
também
são discriminado
O
sistema
de
cotas
raciais
foi
aprovado
no
STF
(Supremo
Tribunal
Federal),
como
sendo
constitucional
no
dia
26 de
abril
deste
ano
corrente,
e
já
em
seguida
a
mídia
se
pronunciou,
como
a
indagação
da
folha
on-line
(06/05/2012): “O
STF
acertou
ao
aprovar
as
cotas
raciais
em
Universidades
Públicas?”.
Trazendo
polêmica
e
mostrando
que
o
assunto
que
acabamos
de
abordar
ainda
é
objeto
de
grandes
trabalhos
acadêmicos.
O
que
na
verdade
concluímos
no
que
foi
discutido
e
com
este
exemplo
é
que
deveria
acontecer
era
uma
grande
comemoração
em
torno
desta
ação
histórica
de
inclusão
social,
e
não
uma
dúvida
preconceituosa.
O
preconceito
racial
impera
de
forma
absurda
no
nosso
país.
Tivemos
avanços
é
claro,
mas
ainda
há
muito
que
se
fazer
para
amenizar
os
efeitos
da
escravidão
em
nosso
país
Referências
Bibliográficas
SOUZA,
Ricardo
Luiz.
Pensamento
social
brasileiro.
Uberlândia:
EDUFU,
2011. Caps
IV
e
V.
RAMOS,
Arthur.
O
negro
brasileiro.
Rio:
Graphia,
2011 (1934). 5ª
ed.
Introdução
e
cap.
IV,
V,
IX,
AZEVEDO,
Thales.
Democracia
racial.Petropolis:
Vozes,
1975. Introdução,
caps
1,2 e
3.
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