venerdì 1 febbraio 2013

ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS


Aluno: Benedito M. Fagundes
 

ESTUDOS AFRO-BRASILEIROS

O estudo do negro brasileiro envolve muitos temas a serem explorados. Existe a necessidade de conceituação de colonialismo, neocolonialismo e imperialismo; precisa-se destacar as Conferências de Berlim e de Bandung, em 1885 e 1955 respectivamente, importantes à história africana; os processos de emancipação; as diferentes lutas pela independência etc. Todos esses assuntos precisam ser relacionados com suas reais conseqüências para o mundo e em especial para o Brasil.
A principal etnia trazida para o Brasil foi a dos Bantos, povo que durante o período colonial brasileiro ocupava a maior parte do continente africano situado ao sul do equador, na região onde hoje está localizado o Congo, a República Democrática do Congo, Angola e Moçambique, entre outros.
Assim que chegavam ao Brasil, os africanos escravizados eram logo submetidos à aculturação portuguesa, traduzida principalmente na catequese católica: eram batizados e recebiam um nomecristão”, pelo qual seriam conhecidos a partir daquele momento.
A cultura Afro-brasileira está presente em toda a nossa trajetória de formação de nação. O Brasil foi o país que mais recebeu escravos africanos e, após a abolição, a luta pelo reconhecimento na sociedade tem sido incessante. Falar em uma cultura Afro-brasileira implica abordar as lutas sociais, a miscigenação, a discriminação, o sincretismo e a contribuição cultural de um modo geral. O cuidado para não generalizar superficialmente a cultura Afro-brasileira deve ser constante.
Os objetos, a língua e o ritmo musical são definidos como africanos, não através de uma pesquisa cuidadosa, que ainda é rara, e sim, muitas vezes, por uma associação superficial, por semelhança ou por observação. “Parecer africanoousoar como africanoé, na verdade, o que torna algoafricano”.
Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folcloree as festividades populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espiírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste.
De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas, desestimuladas e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte marcial da capoeira foram frequentemente perseguidas pelas autoridades. Por outro lado, algumas manifestações de origem folclórico, como as congadas, assim como expressões musicais como o lundu, foram toleradas e até estimuladas.
A partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-brasileiras começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas elites brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas as manifestações culturais foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição de destaque na música popular, no início do século XX.
O interesse pela cultura afro-brasileira manifesta-se pelos muitos estudos nos campos da sociologia, antropologia, etnologia, música e linguística, entre outros, centrados na expressão e evolução histórica da cultura afro-brasileira.
Os negros trazidos da África como escravos geralmente eram imediatamente batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. A conversão era apenas superficial e as religiões de origem africana conseguiram permanecer através de prática secreta ou o sincretismo com o catolicismo.
Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantém quase que totalmente suas raízes africanas, como é o caso do Candomblé e do Xangô do Nordeste; outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o Batuque, o Xambá e a Umbanda. Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências do Catolicismo e da encataria europeia, assim como da pajelança ameríndia. O sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na Igreja Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-brasileira.
No Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se em irmandades religiosas católicas. A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras.
A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio do Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto preferencial de santos facilmente associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião, São Jorge (Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e em ladainhas, rezas e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim onde as escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-santo do candomblé).
As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as religiões de origem africana, na realidade têm várias influências destas como se nota em práticas como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas). Enquanto o Catolicismo nega a existência de orixás e guias, as igrejas pentencostais acreditam na sua existência, mas como demônios.
O sincretismo religioso existente na umbanda -se devido a fatores histórico-culturais presentes na história do Brasil. Durante o período de Brasil Colônia, os índios e negros mantidos com o trabalho escravo eram proibidos de expressar, cultuar ou fazer ritos de acordo com suas próprias crenças religiosas por conta dos preconceitos (e medos) dos seus senhores, e tinham que fingir eaceitara imposição da religião Católica, pois a missão Jesuíta era impor isso a eles, para que todas as impurezas de espírito fossem retiradas dosnão-civilizados”. Muitos deles, ao demonstrarem essa não-aceitação ao catolicismo, acabavam sendo severamente castigados.
Em fim, as primeiras décadas depois da abolição da escravatura,em 1888, e a proclamação da República, em 1889, foram decisivas para o futuro da população negra no Brasil. Nesse sentido, a medida foi o reconhecimento legal de algo que existia de fato.
O que significava ser livre para a população afrodescendente em diáspora no Brasil? Ter autodeterminação; ser dona de seu próprio destino. Para a população negra, nesse contexto deveras adverso, ser cidadão significava ter direitos iguais e não ser vista como inferior. Porém, diante da inclusão marginal e das práticas de discriminação racial e tratamento diferenciado em relação à população branca, a cidadania plena continuava sendo um sonho. Para transformá-lo em realidade, um grupo daspessoas de corlogo percebeu que era necessário unir-se e lutar coletivamente, por meio de reivindicações e projetos, pela conquista de respeito, dignidade, reconhecimento, empoderamento, participação política, emprego, educação, terra, etc.
Se a Abolição não resolveu muitas das necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais do negro, ela lhe abriu a possibilidade de organizar-se em condições diferentes daquelas da escravidão, com graus significativamente diferentes de liberdade.
Segundo as estatísticas, a existência de um preconceito racial contra negros e mulatos foi constatada. As opiniões variam grandemente da tolerância relativa a intolerância relativa; a liberdade de atividades e, num grau menor, a de comportamento, são relativamente grandes; as normas sociais são antes diretivas que compulsórias. A igualdade de oportunidades é largamente tolerada, entretanto, as ligações íntimas com pessoas de cor não são vistas com bons olhos. Os mulatos sofrem geralmente menor discriminação que os negros, mas também são discriminado
O sistema de cotas raciais foi aprovado no STF (Supremo Tribunal Federal), como sendo constitucional no dia 26 de abril deste ano corrente, e em seguida a mídia se pronunciou, como a indagação da folha on-line (06/05/2012): “O STF acertou ao aprovar as cotas raciais em Universidades Públicas?”. Trazendo polêmica e mostrando que o assunto que acabamos de abordar ainda é objeto de grandes trabalhos acadêmicos.
O que na verdade concluímos no que foi discutido e com este exemplo é que deveria acontecer era uma grande comemoração em torno desta ação histórica de inclusão social, e não uma dúvida preconceituosa. O preconceito racial impera de forma absurda no nosso país. Tivemos avanços é claro, mas ainda muito que se fazer para amenizar os efeitos da escravidão em nosso país

Referências Bibliográficas

SOUZA, Ricardo Luiz. Pensamento social brasileiro. Uberlândia: EDUFU, 2011. Caps IV e V.
RAMOS, Arthur. O negro brasileiro. Rio: Graphia, 2011 (1934). 5ª ed. Introdução e cap. IV, V, IX,
AZEVEDO, Thales. Democracia racial.Petropolis: Vozes, 1975. Introdução, caps 1,2 e 3.

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